Em 1960, um pequeno grupo de jovens pesquisadores dcdicava-se a calibrar um dos maiores rádio telescópios do mundo, localizado nos EUA, West Virgínia. Sua missão era considerada uma heresia por muitos astrónomos daquela época: a busca de sinais de rádio de inteligências extraterrestres. Iniciava-se ali, no Projeto Ozma, a SETI (Search for Exiraterrestrial Intelligence).
A bioastronomia - que estuda as possibilidades de vida extraterrestre, solar ou extra-solar, inteligente ou não - ganhou cidadania científica a partir da SETI, envolvendo instituições como a NASA, a União Astronómica Internacional e a Sociedade Planetária. Do estudo do surgimeiuo da inteligência no processo evolutivo à formação dos planetas, a bioastronomia resulta de um fértil c criativo intercâmbio entre diversos campos científicos.
Quem nos conduz numa jornada pelas encruzilhadas deste novo saber é Jean Heidmann, astrónomo do Observatório de Paris-Meudon e secretário do comité SETI da Academia Internacional de Astronáutica, reconhecido internacionalmente: por livros como L'Odyssée cosmiqite, Quel destin pour l'umivers?(1986) e La Vie dans l'univers (1990). Voltado para o público leigo. Inteligências extraterrestres aborda um tema complexo e polémico com uma linguagem clara e envolvente, abrangendo os principais aspectos daquela que pode ser a mais importante descoberta de toda a história da ciência.
Ao contrario do que a ufologia c o cinema usualmente imaginam, os estudos de evolução biológica parecem indicar que o surgimento da vida em outras superfícies platinarias produziria formas distintas das terrestres, e não a simples reprodução do padrão humano.
Assim é que o escritor norte-americano Ray Bradbury imaginou os extraterrestres como esferas de plasma e o cosmólogo britânico i-red Hoyle, como nuvens de poeira interestelar.
Em agosto de 1996, uma equipe de cientistas da NASA anunciou a descoberta de um meteorito originário de Marte que conteria evidências de vida fossilizada extraterrestre. Ainda objeio de inúmeras controvérsias na comunidade científica, a confirmação de tal descoberta representaria a primeira evidência de uma forma de vida alienígena. Após este achado, a agência espacial norte-americana realivou seu programa de pesquisas, com a criação de um Instituto de Astrobiologia.
As recentes evidências de múltiplos sistemas planetários exlra-solares, de um possível oceano fio satélite jupiteriano Kuropa e o reconhecimento fie que os microorganismos terrestres são capa/es de resistir a rigorosas condições ambientais vêm tornando a hioaslroriornía urna das mais fascinantes investigações científicas do século XX.
ABERTURA -.15
Do Mundo Físico ao Universo Biológico
A teoria catastrófica de Jeans 17
A decolagem 17
Fatos, Especulações, Ficções e Verbas
A nuvem negra de Hoyle 19
As esferas de Dyson 19
Problemas de verbas 20
O Caso da Terra
A idade da Terra 20
Estado primitivo 21
O planeta-oceano 22
PRIMEIRA PARTE A PERSPECTIVA BIOASTRONÓMICA
Capítulo 1: O ESTÁGIO CÓSMICO
Big bang, Espaço, Matéria
O big bang inflacionário 27
A incerteza quântica 28
Universos em número indefinido 30
A grande unificação 30.
Quebra de simetria 31
O aparecimento do espaço 32
O aparecimento da matéria 32
O mais longo segundo 33
O afresco grandioso 33
Sistemas Planetários
Nuvens moleculares gigantes 34
Nuvens negras e estrelas T Tauri 35
Jatos e discos de gás 35
Discos protoplanetários 36
Um planeta para Beta Pictoris? 37
Formação dos planetas 37
Procura de planetas extra-solare 38
Capítulo 2: O ESTÁGIO ORGÂNICO
A vida sobre a Terra
A química do carbono 41
A universalidade de nossos átomos 42
Os tijolos da vida 42
Os mais velhos fósseis 43
Os eucariotas : 43
Os ediacarianos 44
A explosão cambriana ; 44
A viagem intersideral de uma poeira
O impressionante vazio sideral 45
Síntese intersideral 45
Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos 46
As expedições ao cometa de Halley
Os sobrevôos 48
A sonda europeia Giotto 48
A sonda americana 49
O auxílio gravitacional 50
Resultados das sondas 51
A cabeleira 51
As poeiras 52
O núcleo do Halley 52
Os cometas e a vida
A nuvem de Oort 54
Local de formação dos cometas 54
Material primordial 55
Catástrofes biológicas cometárias 55
A contribuição dos cometas para a vida 56
O projeto Rosetta
O exame do terreno 58
A aterrissagem 58
A extração de amostras 58
O retorno das amostras 59
Terrores dos engenheiros, desejos dos cientistas 59
Capítulo 3: O ESTÁGIO PRÉ-BIÓTICO
Titã, o grande satélite de Saturno..- 61
Um astro pré-biótico 61
A sonda Huygens 62
A atmosfera orgânica 63
A superfície 64
O quarto robô planetário 65
A química pré-biótica 65
A série pré-biótica ; 66
Os meteoritos
Dimensões 68
A Vaca Muerta 69
Tipos de meteoritos 70
Aminoácidos extraterrestres 70
Uma pista da vida 71
Os micrometeoritos 72
A semeadura pré-biótica 73
Capítulo 4: O ESTÁGIO BIOLÓGICO PRIMITIVO
Do cosmo inerte à matéria viva
As amostras lunares 75
O bombardeio inicial 76
Os estromatólitos 77
Primeiro intervalo 78
A trinca biológica dos isótopos 78
A plenitude biológica 79
A vida em menos de 100 milhões de anos? 80
Do inerte ao vivo 80
Os quatro atos da encenação 85
O nó da peça 85
Uma Biologia Primitiva em Marte
Os trípodes marcianos 86
As primeiras aterrissagens 88
O primeiro mundo habitável 88
Meudon e a vida extraterrestre 89
Uma irmã da Terra? 90
Vestígios de água 90
As medições biológicas das Viking 91
Uma paisagem desolada 92
Água em Marte! - 92
Kasei Vallis 93
Os canais 93
O subsolo congelado 94
As calotas polares 95
O clima instável 95
Os equivalentes terrestres 97
Que vida procurar em Marte? 98
Simulações marcianas 98
Simulações exobiológicas 99
A exploração biológica de Marte 100
Os rovers marcianos 100
Marsokhod 100
O rover do CNES 101
Meteoritos marcianos 102
SEGUNDA PARTE OS EXTRATERRESTRES
Capítulo 5: A INTELIGÊNCIA
A emergência da linhagem humana 107
O comportamento de nossos ancestrais 108
A tectônica das placas e a inteligência 110
Homo erectus e a SETI 110
A inteligência dos mamíferos 112
A inteligência das aves 112
Tecnologia sem inteligência 113
Antecedentes da consciência 114
Os passos do Australopiteco 115
A oposição inconsciente à SETI 116
As supercivilizações de Kardashev 116
Capítulo 6: Os PIONEIROS DA SETI
Primeiras hipóteses 119
A primeira escuta 120
As três hipóteses de base 122
Extraterrestres aos milhões 124
Dez mil galáxias 124
A equação de Drake 125
Capítulo 7: POR QUE ONDAS DE RÁDIO?
As velas solares 128
Utilização das radiações 129
Os neutrinos 130
As ondas gravitacionais 131
Ondas eletromagnéticas 132
Ondas de rádio decimétricas 133
Sinais de banda estreita 134
A dispersão interestelar 135
Cem bilhões de canais SETI 136
Glória aos pioneiros! 136
Capítulo 8: A NASA ACEITA o DESAFIO
Dez milhões de canais 139
O MCSA 140
Arquitetura modular 140
O protótipo 141
Imaginar oito milhões de canais 141
O detector de sinais ' 141
Uma tela monstruosa 142
A extração dos sinais 143
O programa de escuta 144
O programa orientado para alvos 145
Mil estrelas em mira 145
Um milhão de estrelas acessíveis 146
Um programa antropomórfico? 146
O programa por varredura 147
O sistema SETI 148
Capítulo 9: ALERTAS FALSOS
Epsilon Eridani 151
Little Green Men l 152
O caso CTA 102 152
Meu alerta falso 154
Capítulo 10: A EXPANSÃO DA SETI
As frequências "mágicas"
Cari Sagan e Joseph Shklovsky 159
A raia de 21 cm 161
O efeito Doppler-Fizeau 162
A luta contra os parasitas 163
Que sistema de referência? 163
O sistema Horowitz 164
Utilizar as supernovas? 165
O hemisfério sul entra em jogo 165
O comensalismo 166
Excesso de frequências "mágicas" 167
Um novo fio de Ariadne
Os pulsares 168
O caso da investigação dirigida 169
Números matematicamente notáveis 170
O teste observacional 171
ET escuta a Terra
Os radares terrestres 173
Nossas emissões televisionadas 173
Capítulo 11: HABITAIS CÓSMICOS
As estrelas com planetas 177
As estrelas duplas 178
O caso de Alfa do Centauro 179
O papel da atmosfera 180
Zonas habitáveis 181
O ciclo do gás carbónico 181
A hipótese Gaia 182
O caso dos planetas marcianos 183
Outros sóis 184
Hábitats estelares 185
Habitais inesperados „ 185
As espirais das galáxias 186
Habitabilidade galáctica 187
O cinturão galáctico de vida avançada 187
Capítulo 12: O DIA DO CONTATO
Um sinal extraterrestre pertence a toda a humanidade 189
O ponto de vista da mídia e dos cientistas 191
Fato natural ou fato artificial 193
Responder e dialogar? 196
Epílogo: DESTINOS TERRESTRES E PERSPECTIVAS CÓSMICAS Apêndice: RUMO AO RECONHECIMENTO CIENTÍFICO
O nascimento da SETl 206
O Ano Espacial Internacional ; 208
A SETI e a Europa 210
O grande radiotelescópio de Nançay 211
Uma colaboração NASA/Nançay? 213
Bibliografia 215